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Pizzas especiais, pizzas gourmets e vinhos para combinar


O Pão e Vinho dedicou um programa à pizza. Um preparo popular, a grande estrela das noites de domingo, no Brasil. O objetivo foi mostrar que a pizza é muito versátil, à mesa, e combina com vários tipos de vinhos: brancos tintos e rosados. A pizza é múltipla. Sobre a massa crocante cabem coberturas diversas: queijos de várias intensidades e texturas, vegetais, embutidos, pescados e frutos do mar. E essa multiplicidade abre um amplo leque para as harmonizações com vinhos.

Duas pizzarias foram visitadas: a Lenha & Oliva, em Florianópolis, e a Pizzeria Da Maddalena, em Costiglile d’Asti, Piemonte, Itália. Cada uma tem seu estilo e seus sabores. A Da Maddalena segue uma linha clássica: faz pizzas tradicionais, como a Margherita, Atum e Funghi. E pizzas especiais, como a de tartufo bianco, entre os meses de outubro e dezembro, temporada do fungo subterrâneo no Piemonte. A Lenha & Oliva trabalha com pizzas tradicionais e gourmets, como a de Bottarga (ova de tainha seca, sobre queijo) e a Bambina, feita com abóbrinhas, ervas de Provence, parmesão e queijo polenguinho.

Cinco vinhos foram levados para harmonizar com as pizzas preparadas na Lenha e Oliva: o brasileiro Dal Pizzol Merlot 2008; o italiano Falanghina Beneventano Villa Raiano 2009; o sul-africano Nerderburg Twenty10 Rosé 2009; o também italiano Valpolicella Costamaran Clássico Superiore 2008, e o argentino Don Nicanor Blend 2007. Vinhos de vários países, que comprovam a versatilidade nas harmonizações com pizzas. Para ver os resultados das combinações, a íntegra do programa e conhecer as pizzarias visitadas pelo Pão e Vinho, você deve clicar ou copiar o link abaixo, colando-o na internet:


Da Maddalena

A simpática senhora Maddalena Criscuolo

A Pizzeria Da Maddalena é também um restaurante. A casa fica na Via Roma, 45, em Costigliole d’Asti (www.damaddalena.it). Ali trabalha a família da napolitana Maddalena Criscuolo. O local é agradável. No cardápio, brilham delícias clássicas da culinária piemontesa, como o Brasato al Barolo, Fritto Misto alla Piemontese (pedaços de carne, miúdos e vegetais empanados e fritos) e a Finanziera, prato de origem provavelmente medieval, feito com o aproveitamento do descarte de partes de frango (a crista, por exemplo) e de bovinos (miúdos).

O filho de Maddalena, Antonio Vanacore, é o pizzaiolo da casa. Ele cuida com carinho do mis en place do setor e mantém o forno à lenha sempre aceso. A lenha usada no forno é de oliveira. Segundo o pizzaiolo, ela dá um aroma especial à pizzas e contribui para a complexidade dos sabores.
Antonio Vanacore afirma que o principal segredo de uma boa pizza reside na utilização de ingredientes de qualidade. “Quando se tem bons produtos, dificilmente se faz uma pizza ruim”, sentencia. A massa também é importante. Os ingredientes são sempre os mesmos: farinha, azeite de oliva, sal, fermento e água. No entanto, o tempo de descanso da massa preparada varia de pizzaria para pizzaria. “Tem quem faz a massa de manhã, quem faz um dia antes. Nós fazemos a massa duas horas antes de começar a fazer as pizzas. Porque, para nós, a massa fica melhor para a digestão, fica mais macia”, informa o pizzaiolo.
Antonio atende com gentileza clientes e turistas. Entre as pizzas que elabora, está o calzone da casa, muito apreciado pelos brasileiros que estudam em Costigliole d’Asti, no Castelo do ICIF. O pizzaiolo também prepara muitas pizzas Maddalena, uma especialidade da casa. A massa é a mesma da pizza normal. A cobertura leva tomate, queijo mussarela, presunto e funghi. A diferença é que essa pizza é assada dentro de uma forma de ferro untada com azeite de oliva. E o cozimento termina com a forma colocada sobre brasas quentes, dentro do forno. Diferentemente da pizza assada no lastro do forno, mais crocante, a pizza da Maddalena fica mais macia, delicada. Uma pizza que Maddalena Criscuolo fazia no forno do fogão de sua casa, para os filhos. E hoje tornou-se um clássico da casa.

O calzone no forno...

Lenha e Oliva

A Lenha e Oliva abriu suas portas em 2010, em Florianópolis. Ela é comandada por Fernando Porto Ribeiro. A casa fica na rua Vera Linhares de Andrade, 1.870, no Córrego Grande, em Florianópolis. O ambiente é amplo. A decoração, elegantemente despojada. Entre as pizzas, há clássicas, como a Margherita, e diversas pizzas gourmet. A Matriciana, por exemplo, conjuga o tomate, o queijo e a pancetta (espécie de bacon italiano, sem defumação). É um preparo que leva para o disco de pizza os ingredientes do famoso molho all'amatriciana.

O corniccione Pomerode

Entre as pizzas gourmets figuram a de Pesto (mussarela, pesto de manjericão e queijo parmesão), de Bottarga (ova curada da tainha, cortada em lâminas e repousada sobre queijo mussarela), Orientalli (mussarela, alho poró, cogumelos e gergelim) e a Bambina. Coberturas diversas, que combinam com vinhos diferentes.
Para entrada, a Lenha & Oliva oferece a Polenta Recheada com Queijo de Cabra. Um preparo onde a polenta chega à mesa em forma retangular, crocante, com recheio cremoso de queijo. Também há corniccioni, de entrada. Entre eles, o Corniccione Pomerode, elaborado com massa de pizza finíssima, coberta com azeite de oliva, cubinhos de linguiça e queijo fundido com ervas finas.


Breve história da pizza

A pizza é um preparo muito antigo. Babilônios, hebreus e egípicios consumiam um produto ancestral da pizza, feito com farinha, água e sal. Os romanos também consumiam o produto, chamado picea. Sobre a picea, os romanos regavam azeite de oliva e consumiam os pedaços crocantes com transbordantes copos de vinho.

Em Nápoles, a pizza passou a ser vendida nas ruas, coberta com ingredientes simples. Foi naquela cidade que Raffaele Espósito foi convocado pelo rei Humberto I e sua esposa, a rainha Margherita, para preparar uma refeição tipicamente napolitana. As pizzas entraram em cena. O pizzaiolo preparou diversas pizzas, entre elas uma com tomate, mussarela e manjericão, três ingredientes contendo as cores da bandeira da Itália: vermelho, branco e verde. Conta-se que a rainha Margherita gostou dessa pizza com as cores da bandeira italiana. E Espósito batizou a pizza como Margherita.

Vinhos diferentes para pizzas diferentes

A Margherita é uma pizza leve, de sabor delicado. Um vinho branco macio, de boa intensidade, é um bom companheiro para ela. No caso de um tinto, um vinho jovem, com bom frescor e fruta. Os mesmos vinhos branco e tinto leve combinam com pizzas com vegetais como abóbrinhas, berinjelas, pimentões e rúcula, por exemplo. Pizzas com camarões, atum e anchovas vão bem com brancos igualmente macios: de Chardonnay, Encruzado, Petit Manseng, Falanghina, Grecco di Tuffo, Viognier, entre outras. Vinhos rosados compatibilizam também com esses sabores, assim como tintos leves, feitos com a Gamay, Pinot Noir, um Valpolicella, Barbera, um Tempranillo de ano etc.

A coisa muda quando entram em cena embutidos e queijos intensos. Pizzas de calabresa e presunto combinam com tintos macios e de médio corpo feitos com uvas Merlot, Malbec, um Chianti, um Nero d’Avola, tintos do Dão e Alentejo, um espanhol de Crianza, por exemplo. Quando a intensidade dos ingredientes sobre a pizza cresce, a estrutura do vinho também precisa aumentar. Pizzas com provolone, gorgonzola, salame de peperone pedem tintos intensos: Chianti Riserva, Primitivo di Manduria, um português do Douro ou Alentejo, um Reserva espanhol.

A lógica é simples: pizzas leves combinam com brancos, rosados e tintos mais jovens. Pizzas com média estrutura combinam com tintos frescos e macios, de médio corpo. E pizzas encorpadas pedem tintos mais encorpados, intensos.

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